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Homenagem
Juan Eduardo Cirlot
Homenagem à montanha de Ormuzd,
de
onde descem à terra as águas!
ZEND-AVESTA
Minha
alma é a janela onde eu morro.
Minha
alma é uma dança algemada.
Minha
alma é uma paisagem com paredes.
Minha
alma é um jardim ensanguentado.
Minha
alma é um deserto sob a névoa.
Minha
alma é uma orquestra de topázios.
Minha
alma é uma roda que não para.
Minha
alma são meus lábios que se abrem.
Minha
alma é uma torre em uma praia.
Minha
alma é um rebanho de tormentos.
Minha
alma é uma nuvem que vai longe.
Minha
alma é a minha dor, minha, p'ra sempre.
Minha
alma é o laranja azul que queima.
Minha
alma é uma pomba sem pombal.
Minha
alma é um barco de regresso.
Minha
alma é um colar de vidro e pranto.
Minha
alma é essa sede que me devora.
Minha
alma é uma corrida desolada.
Minha
alma é esse ouro em que floresço.
Minha
alma é a paisagem que me olha.
Minha
alma é esse pássaro que treme.
Minha
alma é um oceano de sangue.
Minha
alma é uma virgem que me abraça.
Minha
alma são seus seios como estrelas.
Minha
alma é uma paisagem com colunas.
Minha
alma é um incêndio onde neva.
Minha
alma é esse mundo em que moro.
Minha
alma é um longo grito ante o abismo.
Minha
alma é esse canto ajoelhado.
Minha
alma é uma noite e tem um rio.
Minha
alma é uma amêndoa de ouro branco.
Minha
alma é uma nascente apaixonada.
Minha
alma é cada instante em que morre.
Minha
alma é a cidade das cidades.
Minha
alma é um rumor de acácias rosas.
Minha
alma é um moinho transparente.
Minha
alma é esse êxtase que canta
golpeado
por armas infinitas.
(Tradução, quase literal,
de Tuca Zamagna.)
O original
Homenage
¡Homenaje
a la montaña de Ormuzd,
de donde descienden las aguas a la
tierra!
¡Homenaje a mi propia alma!
ZEND-AVESTA
Mi alma es la ventana donde muero.
Mi alma es una danza maniatada.
Mi alma es un paisaje con murallas.
Mi alma es un jardín ensangrentado.
Mi alma es un desierto entre la niebla.
Mi alma es una orquesta de topacios.
Mi alma es una rueda sin reposo.
Mi alma son mis labios que se abren.
Mi alma es una torre en una playa.
Mi alma es un rebaño de suplicios.
Mi alma es una nube que se aleja.
Mi alma es mi dolor, mío, por siempre.
Mi alma es el naranjo azul que arde.
Mi alma es la paloma enajenada.
Mi alma es una barca que regresa.
Mi alma es un collar de vidrio y llanto.
Mi alma es esta sed que me devora.
Mi alma es una raza desolada.
Mi alma es este oro en que florezco.
Mi alma es el paisaje que me mira.
Mi alma es este pájaro que tiembla.
Mi alma es un océano de sangre.
Mi alma es una virgen que me abraza.
Mi alma son sus pechos como astros.
Mi alma es un paisaje con columnas.
Mi alma es un incendio donde nieva.
Mi alma es este mundo en que resido.
Mi alma es un gran grito ante el abismo.
Mi alma es este canto arrodillado.
Mi alma es un nocturno y hay un río.
Mi alma es un almendro de oro blanco.
Mi alma es una fuente enamorada.
Mi alma es cada instante cuando muere.
Mi alma es la ciudad de las ciudades.
Mi alma es un rumor de acacias rosas.
Mi alma es un molino transparente.
Mi alma es este éxtasis que canta
golpeado por armas infinitas.
6 comentários:
minha alma presa no poema
minha alma
minha
mi
cri cri cri
Eu gostei, viu? <3
Uma homenagem que faz deste blog (irei conhecê-lo mais a fundo), melhor do que já é. Parabéns Elza!; e à você Tuca, pelo espaço.
... e para ficar completíssimo,
tradutor!
Parabéns!
Maravilha de poema! Não conhecia o poeta, vou caçar mais coisa dele.
Abraço
Bellísimo poema.
Los 2 últimos versos lo dicen todo.
Un abrazo desde Québec.
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